O Passado de Presente
O fechamento da agência do BANDEPE em Tabira/PE completa 20 anos.
Há exatamente 20 anos, Tabira perdia sua segunda agência bancária: Bandepe. Segundo a ex-recepcionista, Albanete Melo, todo protesto teve início no dia 12 de outubro, culminando com as demissões do funcionários tabirenses na data de 14 de outubro.
De acordo com o livro Tabira – Histórias e Estórias da escritora tabirense Nevinha Pires, nossa agência do Banco de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco (BANDEPE), foi instalada em nossa cidade, na Praça Gonçalo Gomes, no dia 28 de fevereiro de 1970, no Governo de Dr. Nilo de Sousa Coelho; em 1977 transferiu-se para a sua sede própria, onde funcionava as Escolas Municipais Reunidas, depois serviu de Prefeitura Municipal, foi demolido totalmente, à Rua Major João Cordeiro.
Crescia de modo contínuo a AGÊNCIA que teve a felicidade de ser sempre composta por funcionários autênticos, gerentes e sub-gerentes à altura dos trabalhos do banco, um notável entendimento entre banco e clientes, palmilhando sempre os passos de uma interação tão perfeita que levava sempre integração, consequentemente ao desenvolvimento do Banco e da Comunidade local, a família Bandepeana era a mesma família tabirense e vice-versa.
Na sequência dos anos de crise econômica, Tabira perdeu, imerecidamente o seu Bandepe, com seu fechamento no dia 14 de outubro de 1991, dia que ficou marcado em todos os tabirenses por uma perda irreparável, um fato negro na história de Tabira que não esquece o Banco como um todo e os Bandepeanos especialmente.
À época do fechamento, seu quadro de funcionários:
Gerente -
Gustavo Cavalcanti Neves
Sub-Gerente -
Francisco Anchieta de Araújo Lopes
Caixas -
Paulo Diniz (O Veterano)
Cândido Siqueira
Maria Aparecida Fernandes
Afonso Alexandre do Amaral
Antônio Inaldo Gomes
Escriturários -
Iony Guedes de Melo – In memorian
Israel Gomes
José Anchieta Melo
Maria do Socorro Gomes de Melo – In memorian
Fausto Marinho Campos
Recepcionistas -
Maria Albanete Gomes de Melo
Sandro Mascena Gomes – In memorian
Seguranças -
Francisco Holanda
José Ademilton Freitas
Zeladora -
Maria José de Morais
Hoje, o antigo prédio do Bandepe abriga uma Igreja Evangélica, guardando o cofre que serviu por vários anos ao clientes.
A amiga e professora Rubenita Véras, viúva do ex-bandepeano Iony Guedes de Melo, nos repassou a crônica feita pela também professora Dulce Lima, após o fechamento da agência bancária.
Uma luz vai brilhar novamente
Fazia um sol abrasador. Pouco a pouco a tarde chegava com um jeitinho todo aconchegante.
Uma pitada de estrelas aqui, uma lagoa de prata além do olhar, e, enfim, a noite sertaneja com seus encantos e magia.
E tudo se aquietava na paz dos nossos lares.
Mas como num pacto diabólico surge a segunda-feira, apagando com rastros de vingança, a nossa paz domingueira.
Já não havia estrelas, nem lua, nem paz, nem Bandepe.
O “Leão do Norte” vomitava leis forjadas nos gabinetes dos governos escusos.
A mesma cidade amargava a derrota. Esperneava. Gritava aos quatros vento, mas ninguém escutava.
E nós que fechamos uma escola para abrir o Bandepe, hoje vendo o governo fechar o Bandepe para abrigar a poeira, o abandono e o descaso, onde antes havia progresso e confiança no futuro.
Quase nada neste mundo é imutável (graças a Deus!).
Eu sei. Eu acredito: o túnel pode não mudar, mas a luz, esta sim, com certeza vai brilhar novamente.
É só esperar!
01 de fevereiro de 1992
Dulce Lima
*Fotos cedidas pelo ex-sub-gerente Francisco Anchieta de Araújo Lopes.
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